quarta-feira, 12 de novembro de 2008

E OS QUATRO TEMPERAMENTOS BÁSICOS?

O estudo sobre a singularidade do homem (temperamento, individualidade ou personalidade) não é nada novo. Hipócrates, médico que viveu entre 470 e 377 a.C., seguramente é considerado por muitos o pai do estudo sobre os temperamentos. Foi ele quem categorizou os temperamentos em quatro grupos principais: melancólico, fleumático, sangüíneo e colérico. Esta classificação foi determi­nada pelo exame das cores predominantes nos fluídos corporais de seus pacientes. Hipócrates não desenvolveu toda a teoria, uma vez que o sistema grego de pensamento já admitia quatro tipos de per­sonalidades representados pela primavera, verão, outono e inverno. Cada um destes tipos foi dividido em três combinações, originando as 12 naturezas que a astrologia passou a utilizar quando do seu surgimento. Embora a abordagem de Hipócrates esteja longe de ser científica ou bíblica, ele descobriu aquilo que toda mãe já sabia: Cada criança nasce única, com uma visão própria do mundo que a cerca e com um modo individual de se relacionar com os outros.
O Teste de Personalidade é um teste sobre o temperamento que, para suas avaliações, utiliza os padrões bíblicos para o homem. Portanto, as quatro classificações tradicionais dos temperamentos foram deixadas de lado e substituídas pelas três funções da alma: a razão, a vontade e a emoção. Jesus, ao comentar sobre sua capacidade de prover todas as necessidades do homem, declarou que Ele era o caminho (para o Realizador ou Agente/Vontade), a verdade (para o Pensador ou Racional/Razão) e a vida (para o Sentimental ou Relacionai/Emoções). Jesus satisfaz as necessidades de cada persona­lidade ou da combinação delas.

CONFUNDINDO DONS COM PERSONALIDADE
A personalidade é freqüentemente confun­dida com os dons espirituais, porque a maioria dos testes elaborados para ajudar os cristãos a conhecerem seus dons, simplesmente determina o temperamento. Aquela pessoa de vontade forte, ou o indivíduo "realizador", com freqüência será apontado pelo teste como um profeta; a pessoa emo­cional, será apontada como evangelista, e assim por diante. Observe que Deus concede dons segundo a Sua vontade, e nenhum dom é obstruído ou acen­tuado por uma inclinação natural da personalidade. No reino de Deus, o "realizador" pode ter o dom de servir, e o "pensador", o de profetizar. Uma das maio­res dificuldades de um teste sobre dons espirituais é o fato de que, ao ser aplicado em incrédulos, os resultados demonstram que eles possuem dons espirituais!

ENTENDENDO A SUA PERSONALIDADE
Entender a sua personalidade é importante porque em Lucas 9.23 o cristão é ordenado a levar a sua cruz e negar-se a si mesmo. A personalidade que será negada deve ser definida corretamente ou corremos o risco de nos encontrar tentando negar aquilo que Deus fez particularmente a nós, causando assim, um grande conflito interno.

AS TRÊS PERSONALIDADES DAS ESCRITURAS
Há nas Escrituras três referências diferentes para a personalidade; fazer uma distinção entre as três facilita o entendimento sobre qual delas será crucificada com Cristo, qual será negada e, final­mente, qual será amada.
Como mencionado anteriormente, a persona­lidade é aquela parte de urna pessoa formada no seio de sua mãe (Salmos 139). Deus não é uma fábrica de biscoitos, portanto, não faz todos os seres humanos iguais. Ele nos faz indivíduos únicos e, embora todos tenhamos o mesmo propósito na vida, que é o de adorá-Lo, como criaturas singulares, ex­pressaremos aquela adoração de maneiras diferen­tes. A personalidade é definida como aquilo que é particular a cada pessoa, incluindo os talentos, as habilidades, a inteligência, a individualidade e o temperamento dados por Deus.
De certa maneira, a personalidade pode ser considerada como uma ferramenta que, por si só, não tem nenhuma utilidade, mas que mostra o seu valor em como e por quem é usada. Por exemplo, um martelo é um martelo e é percebido somente por quem o utiliza e por aquilo que se faz com ele; poderia ser usado por um louco para matar uma pessoa ou por alguém generoso para construir uma casa para uma viúva.
A personalidade é usada pelo homem natural para produzir egocentrismo; pelo pecado, por satanás e pelo mundo, para construir um comporta­mento carnal; ou pela verdadeira vida de Cristo, para construir o Reino de Deus. A personalidade não pode ser mudada, mas a sua fonte e seus propósitos podem ser trocados.

A Personalidade Tipo l, é controlada pelo homem natural; esta personalidade é típica do incrédulo ou do homem não-regenerado, produzindo uma condição carnal. Um homem pode possuir a habilidade dada por Deus de iniciar negócios moti­vando e persuadindo as pessoas a segui-lo. No en­tanto, sob o controle da velha natureza, o talento e a habilidade, criados para expressar Deus, acabam em uma condição carnal, e este homem pode abrir uma rede de bancas de publicações pornográficas. Ele distorceu o dom de Deus para a sua persona­lidade e utilizou-o para o pecado, para o prazer e para os seus próprios propósitos.
Muitas vezes nos depa­ramos com uma pessoa cuja personalidade foi distorcida por acontecimentos do passado e pela maneira como ela lidou com aquelas experiências dolorosas. Por exemplo, a personalidade de alguém po­de ser carac­terizada como amável e despojada em favor das pessoas, mas sob o controle da ferida anterior do homem natural, pode ter aprendido a se comportar de uma maneira dura e insensível.
A direção de Deus para a Personalidade Tipo l é que ela seja crucificada (Gaiatas 2.20). A fonte que dirige a personalidade é que precisa morrer, e não a personalidade em si. A Personalidade Tipo l tem seu curso estabelecido para uma determinada direção, e segue qualquer sinal que a conduza assim. Seu destino é o inferno.

A segunda das três perso­nalidades, a Personalidade Tipo 2, é aquela sob o controle da herança e das manchas do pecado, subjugando o homem natural, mas destituída da ação da Trindade. Esta pessoa é um cristão nascido de novo, porém, em uma condição carnal. Ele pode usar todas as habilidades que Deus lhe deu para come­çar um ministério ou um em­preendimento com vistas a sua própria glória, segurança financeira e utilização egoís­ta. Para esta pessoa está assegu­rado o céu, mas ela continuará a experimentar o inferno na ter­ra, a ligação contínua com o pe­cado, com satanás, com o mun­do e com o passado! A direção para esta personalidade é a de negá-la diariamente (Lucas 9.23) pelo poder da cruz.

A Personalidade Tipo 3 é muito importante porque é aquela sob o controle da vida de Cristo. O homem neste estado entra na abundância do seu ser. Todos os seus talentos, habilidades, inteligência, individualidade e temperamento, dados por Deus, funcionam como devem e ele mani­festa uma con­dição denomina­da: caminhando no Espírito. Tudo que esse homem faz, Cristo faz por meio dele, e ele é uma bênção para todos. Quando Cristo controla a personalidade, o , limite entre traba­lho espiritual e trabalho se­cular desapa­rece, porque todo o trabalho é espiritual e pertence a Cristo. Para ele não importa fazer o que alguns consideram tarefas servis, porque Cristo é a fonte. A perspectiva de Deus sobre um trabalho de valor é bastante dife­rente da perspectiva do homem. Quantos de nós pensam em atender às pequenas necessidades físi­cas do semelhante como algo altamente recomen­dável? "E quem der de beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão." (Mt 10.42).
A ordem com respeito à Personalidade Tipo 3 é que temos de amá-la (Mateus 19.19). "...e amarás o teu próximo como a ti mesmo."
Quando não se consegue distinguir as dife­renças entre as três personalidades, tem-se como resultado uma dificuldade em se submeter o eu à crucificação, de negar-se a si mesmo e de ao mesmo tempo amar a si próprio. O exposto acima pode servir para esclarecer as diferenças.
O amor, na personalidade que se submete ao controle do Espírito, ou seja, a Personalidade Tipo 3, será examinado mais adiante. Até que al­guém ame a si mesmo, seu coração não pode se abrir muito aos outros. Vivemos em uma cultura que exalta as habilidades, a aparência e a inteligên­cia. Qualquer um daqueles afortunados que pos­sua estas características em abundância, recebe a clara mensagem de que é superior. Paulo tenta tratar o erro deste pensamento em l Co 12.14. Deus esco­lhe e faz cada indivíduo diferente de acordo com os Seus propósitos. A partir da perspectiva de Deus, realmente não há razão para que qualquer uma de suas criaturas se exalte sobre as demais. Um ho­mem com vinte milhões de dólares deve se sentir superior ao homem pobre quando o Senhor é quem possui tudo? Pode um homem com um Q.I. de 160 reinar sobre aquele com Q.I. de 70, quando o Q.I. imensurável de Deus é infinitamente acima de al­guns trilhões? A Miss Universo é mais magnífica para o Senhor do que uma senhora mansa de 85 anos de idade que tem caminhado com Ele, fielmen­te, durante a maior parte dos seus anos? Como somos tolos e vãos! Mas a perspectiva bíblica não anulará o que o mundo continua a dizer e clamar. (Livro: Teste de Personalidade - DR. Mike Wells - Abba)

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